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INTERNACIONAL

ONU: Países latinos devem aumentar estratégias para conter Covid, diz Opas

Apesar da vacina, pandemia continua em alta nas Américas com 1,3 milhões de infectados nos últimos sete dias

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Idoso recebe dose da vacina à Covid-19 enviada via iniciativa Covax, da OMS, em Lima, Peru, março de 2021 (Foto: Unicef/Jose Vilca)

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

A diretora da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) pediu aos países latinos para adotarem uma “estratégia abrangente” contra a Covid-19 que vá além das vacinas.

Falando a jornalistas em Washington, Carissa F. Etienne informou que as entregas dos imunizantes diminuíram na região. Segundo ela, na maioria dos países, as vacinas não vão parar esta onda de pandemia. “Não há doses disponíveis suficientes para proteger todas as pessoas nos países em maior risco”, disse.

Por isso, é essencial interromper a transmissão por todos os meios possíveis com as ferramentas que existem. Segundo Etienne, isso exige estratégias para acelerar a distribuição de vacinas e controlar o vírus com o de máscaras, distanciamento social e higiene das mãos.

Nas últimas semanas, restrições aos produtores de vacinas diminuíram as entregas e não se espera que os suprimentos se normalizem por mais algumas semanas.

Distribuição

Desde março, a Opas ajudou a distribuir mais de 3 milhões de doses de vacinas adquiridas pela Covax em 28 países. A Opas tem um Fundo Rotativo que negocia, compra e organiza a logística para o envio de vacinas aos 36 países da região que participam da Covax.

Até o momento, nas Américas, mais de 247 milhões de vacinas foram administradas, inclusive por meio de acordos com países latinos feitos individualmente com produtores de vacinas à Covid-19.

A Opas também está trabalhando com os Estados-membros para garantir mais doses para complementar o que os países adquiriram por meio de acordos bilaterais e por meio da Covax.

Aumento

Os números da pandemia continuam aumentando nas Américas. Na semana passada, mais de 1,3 milhão de pessoas se infectaram com o vírus e quase 36 mil pessoas morreram da doença. Desde o início da Covid-19, 57 milhões de casos foram registrados na região, com mais de 1,3 milhão de mortes.

Etienne afirmou, no entanto, que as Américas “não estão agindo como uma região em meio a um surto que se agrava”. Segundo ela, apesar da transmissão contínua, as restrições diminuíram e as pessoas estão se reunindo dentro de casa e usando o transporte público, muitas vezes sem máscara.

A chefe da Opas informou ainda que as novas variantes altamente transmissíveis estão alimentando a aceleração. A América do Sul, apontou, é o atual epicentro da crise de saúde. Novos casos estão saltando drasticamente no Brasil, Colômbia, Venezuela, Peru e algumas áreas da Bolívia. Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile também tiveram aumentos contínuos de infecções.

Segurança

Etienne reiterou a segurança das quatro vacinas autorizadas pela OMS, a Pfizer/BioNTech, duas versões da Oxford-AstraZeneca e a Janssen, dizendo que todas provaram ser seguros e eficazes.

“Relatos raros de coágulos sanguíneos passam pela análise de agências regulatórias, que devem fazer recomendações em breve”, disse. Entretanto, a chefe da Opas afirmou que “é importante continuar a administrar vacinas AstraZeneca onde estiverem disponíveis”.

A representante lembrou que quase 200 milhões de pessoas em todo o mundo receberam a vacina da AstraZeneca e os relatos de efeitos adversos são muito raros. Ela terminar dizendo que “essas vacinas podem salvar sua vida e a vida de seus amigos e familiares.”

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INTERNACIONAL

Rússia não poupa esforços para ter de volta seus espiões, mas larga à própria sorte os estrangeiros recrutados

Agentes russos em países estrangeiros ganham suporte diplomático e logístico para fugir, deixando aos agentes duplos a missão de encarar a Justiça

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Vladimir Putin: servir ao presidente da Rússia nem sempre é bom negócio Foto: WikiCommons)

O STF (Superior Tribunal Federal) é atualmente palco de uma batalha judicial envolvendo a Rússia, que usa um mandado de prisão como argumento para pedir a extradição de Sergey Vladimirovich Cherkasov. O Judiciário brasileiro resiste à pressão de Moscou e argumenta que o indivíduo, suspeito de ser um espião, responde a processo criminal no Brasil e seguirá por aqui ao menos até o fim dos trâmites. O caso ilustra não apenas o alcance da inteligência russa, mas também a cautela do Kremlin para evitar que seus agentes sejam expostos. Para tanto, eles recebem apoio diplomático e logístico mundo afora, um suporte que não se estende aos muitos agentes duplos desmascarados nos últimos anos. Estes acabam ignorados pelo governo russo e não raramente precisam enfrentar sozinhos a Justiça de seus próprios países.

A Europa tem sido particularmente afetada pela ação dos espiões russos. Nos últimos anos, centenas de supostos diplomatas a serviço de Moscou foram expulsos por países do continente sob a justificativa de que eram, na verdade, agentes de inteligência protegidos pelo manto da diplomacia. Paralelamente, não param de surgir casos de autoridades locais acusadas de colaborar com Moscou, um problema que parece afetar especialmente as nações bálticas e a Alemanha.

No final de março, promotores de Justiça alemães formalizaram a acusação contra uma autoridade militar local por tentar passar informações secretas à inteligência russa. Identificado apenas como Thomas H., o indivíduo está preso desde agosto.

Casos assim são quase rotineiros na Alemanha. Em janeiro do ano passado, um homem identificado como Arthur E. foi acusado de passar informações à inteligência russa, segundo a rede BBC. Antes disso, em outubro de 2022, o Ministério do Interior alemão anunciou a demissão de Arne Schoenbohm, chefe do Departamento Federal de Segurança da Informação, devido à proximidade dele com a Rússia, embora não tenha sido acusado de espionagem.

Schoenbohm, além de perder o emprego, vem sendo investigado, e um processo judicial contra ele não está descartado. Já Thomas H. e Arthur E. enfrentam a Justiça local, e casos de traição como estes podem render penas que se aproximam dos dez anos de prisão. Terão, porém, que lutar pela liberdade por seus próprios meios, vez que Moscou, ao menos publicamente, não oferece qualquer suporte eles. Sequer se manifestou sobre cada caso para negar os relacionamentos.

Casos semelhantes foram registrados nos países bálticos, onde a inteligência de Moscou marca forte presença, muitas vezes cooptando importantes autoridades estatais. Na Estônia, Hermann Simm, ex-chefe do Departamento de Segurança do Ministério da Defesa, foi condenado por espionagem a favor da Rússia, mesmo destino de Raivo Susi, um empresário do setor de aviação julgado e sentenciado.

Na Letônia, quem tem agora que se entender com o Judiciário após servir ao governo russo é Tatjana Zdanoka, membro do Parlamento Europeu representando Riga. Um caso semelhante ao do ex-ministro do Interior Janis Adamsons, condenado em novembro de 2023 a oito anos de prisão por espionagem. Mais uma vez, do lado da Rússia, apenas silêncio.

A indiferença em relação aos agentes duplos contrasta com o tratamento destinado aos espiões de origem russa. O Kremlin não chega a se pronunciar publicamente sobre o fato de que seus agentes foram desmascarados, respeitando assim a cartilha da boa espionagem. Embora discreto com as palavras, o governo do presidente Vladimir Putin não economiza nas ações.

Quando Cherkasov foi preso no aeroporto de Guarulhos, em abril de 2022, usando a falsa identidade de Victor Muller Ferreira, o então advogado dele entrou com pedido de habeas corpus para tentar libertá-lo. Fez, ainda, um solicitação incomum, para que o acusado fosse transferido das instalações da Polícia Federal (PF) para o Consulado da Rússia. Ali ficaria detido mediante a promessa de comparecer aos procedimentos legais estabelecidos, sob argumento de que havia contra ele um mandado de prisão pendente também na Rússia.

A situação lembra a do empresário russo Artem Uss, preso em outubro de 2022 na Itália a pedido da Justiça norte-americana. Na ocasião, um tribunal de Moscou emitiu contra o russo um mandado de prisão que mais tarde mostrou-se fajuto. A medida visava a impedir a extradição para os EUA recém-aprovada por uma corte de Milão. Mais tarde, Uss fugiu das autoridades italianas, possivelmente com apoio da inteligência russa, e atualmente acredita-se que esteja seguro em seu país natal.

Outros notórios agentes russos devidamente identificados não precisaram de suporte diplomático ou logístico para fugir. Alexander Mishkin e Anatoly Chepiga, acusados de envenenar o agente duplo Sergei Skripal e a filha dele, Yulia, em maio de 2018, na Inglaterra, conseguiram deixar o país depois do crime. Moscou jamais admitiu ligação com o caso, mas mostrou consideração por seus agentes promovendo-os a  “representantes do Kremlin” em diferentes regiões da Rússia.

Antes mesmo dos envenenamentos, em 2014, Putin já os havia condecorado com o prêmio “Heróis da Rússia”, o mais importante do país, por suas atuações em uma operação secreta na República Tcheca e na Bulgária. Em seguida, teriam recebido apartamentos em áreas nobres de Moscou.

A relação de ambos com o Kremlin é notória. Registros telefônicos indicam que os agentes mantinham contato frequente com o gabinete do ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov, tanto antes quanto depois do ataque a Skripal. Um sinal de que Putin os tem em alta conta, bem diferente da indiferença dedicada aos muitos agentes estrangeiros largados à própria sorte após servirem ao presidente russo.

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